Missão

Estimular e desenvolver o potencial do turismo rural,
proporcionar ao visitante uma vivencia na cultura local, através do roteiro: “Caminhos da Marquesa”, priorizando o desenvolvimento sustentável, com o aprimoramento dos
empreendimentos geridos pelos associados.

Visão

Ser reconhecida como referência do turismo rural da região de Brigadeiro Tobias, com relevância nacional por sua  importância geográfica, gastronômica e principalmente histórica, resgatando a vida de uma mulher influente do Império a “Marquesa de Santos”.

Valores

Comprometimento, Ética, Honestidade, União, Respeito, Preservação do Meio Ambiente e Preservação do Patrimônio Cultural Rural.

Rota turística "Caminhos da Marquesa"

Sítio Restaurante da terra

Rancho Brama

Apiário Ferathi

HM Resort
(em breve)

Instância Monte Verde

Emporium na garagem
(em breve)

Quem somos

Somos amigos e moramos nos morros do bairro Brigadeiro Tobias, em Sorocaba, na qual constituímos em  21 de outubro de 2020 uma associação sem fins lucrativos, de natureza cultural, social e sustentável, que tem vários objetivos entre eles, estimular o turismo rural na região.

Presidente: Eduardo Char

Vice-Presidente: Wagner Luiz Zanete

1o. Secretário : Rejane Salviano

2º. Secretario: Cristiane Pires de Oliveira

1º. Tesoureira: Nanci Elisa Baptistella

2º. Tesoureira: Denise Camargo Proença Serrano

Conselho Fiscal: João Acacio Novaes Franco                  

                             Luiz Carlos Serrano Martins

                            Ricardo Antonio Gruner de Siqueira

                           Elaine Camargo de Queiroz Lemos

 

Conheça a história de Marquesa dos Santos

Sra. Domitila de Castro Canto e Melo, além das controvérsias históricas de uma das amantes de Dom Pedro I por um período de 7 anos, ela foi nomeada “Marquesa de Santos” sendo uma importante mulher na época Imperialista.

Após o relacionamento com Dom Pedro I, ela viveu 24 anos, com nosso patrono, brigadista Rafael Tobias de Aguiar, se casaram e caminharam em nosso bairro Brigadeiro Tobias na cidade de Sorocaba.

Abaixo mais histórias..

Marquesa dos Santos. / Fonte: Diário de Sorocaba

Domitila: uma forte mulher paulista

A Marquesa de Santos é registrada historicamente como uma forte mulher paulista, no sesquicentenário de seu falecimento.   Publicada em 27/10/2017 às 23:26 por “Diário de Sorocaba”.

Titília era um jovem simples de olhos esverdeados e cabelos castanhos. O apelido provavelmente advém do equívoco ao assinar o próprio nome como Domitília ou Dometília. Os pais João de Castro do Canto e Melo e Escolástica Bonifácio de Toledo Ribas, na verdade, a nomearam como a mártir romana, Santa Flávia Domitila.

Nascida e criada em São Paulo, Titília teve como principal ocupação as brincadeiras, práticas musicais e aprendizados domésticos, ao lado das irmãs Maria Benedita, Ana Cândida e Fortunata. Casou-se aos 15 anos com o alferes mineiro Felício Pinto Coelho de Mendonça, sob os acordos de negócios que envolviam dinheiro, política e posição social, como era na época. Teve três filhos antes de fugir de volta para a casa dos pais, pois, Felício, certo dia, tentou matá-la a facadas.(…)

ASCENSÃO E QUEDA – Historiadores especulam que Domitila e dom Pedro trocavam correspondências bem antes da proclamação da Independência, em 7 de setembro de 1822, mas não se tem registro. O livro de Rezzutti data um dos primeiros encontros entre os dois em 25 de agosto de 1822. (…)

Dom Pedro era casado com dona Leopoldina, arquiduquesa austríaca educada para ser da realeza. O matrimônio não o impedia de ter diversos casos extraconjugais; entendendo sua função como esposa de um nobre, ela não se deixava abalar pelas traições. Com a volta da Corte para o Rio de Janeiro, Domitila acompanhou a Família Imperial, onde foi nomeada dama camarista da Imperatriz. (…)

Então, dona Leopoldina faleceu. Se a Marquesa de Santos cogitou o casamento com dom Pedro, com quem tivera cinco filhos, sendo um natimorto, enganou-se. O Imperador foi dispensado por diversas princesas e aristocratas européias, até a italiana dona Amélia aceitá-lo, com a condição de que não morassem perto da Corte. (…) 

Marquesa dos Santos. / Fonte desconhecida

Sorocaba tem história com a Marquesa

 O retorno a São Paulo (…), Domitila envolveu-se com o brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar. Rico político e herdeiro de gado, o sorocabano é lembrado na contemporaneidade por ter criado quando de sua passagem pela presidência da Província de São Paulo (cargo hoje equivalente ao de governador do Estado) à Guarda que deu origem à Força Pública de São Paulo, predecessora da atual Polícia Militar do Estado; a própria ROTA o tem como patrono, pois a sigla significa Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar.

Tobias tinha antipatia pela Marquesa até conhecê-la. Não se sabe como eles se conheceram ou iniciaram um romance, mas em 1834 tinham o primeiro filho; o ano foi o mesmo em que dom Pedro morreu de tuberculose em Lisboa. Quando o alferes Felício Pinto Coelho de Mendonça faleceu, Domitila estava livre para um casamento religioso. Porém, foi apenas oito anos e seis filhos depois que ela e Tobias subiram ao altar.

Domitila voltou ao Rio de Janeiro para melhor saúde de Maria Isabel, filha do relacionamento com dom Pedro. Enquanto isso, Tobias presidia a Província de São Paulo. Quando a Revolução Liberal estourou em 1842, Tobias abrigou-se em Sorocaba, sede maior do Movimento em terras paulistas; cidades da região rebelaram-se juntas, como Itu, Porto Feliz e São Roque.

Tobias convocou a família para que viesse a Sorocaba e foi no Município que a Marquesa de Santos e ele oficializaram a união. Líder revoltoso contra os conservadores, foi derrotado pelas forças imperiais; foi preso e Domitila voltou a São Paulo já casada, enquanto o marido fugia para o Sul.

O marido adoeceu na prisão. Ao tomar conhecimento, a Marquesa pediu que a família pudesse fazer companhia ao detido. Saíram de lá anistiados, em 1844, e Tobias foi recebido com triunfo em São Paulo, onde foi eleito deputado e nomeado brigadeiro.

Rafael Tobias de Aguiar dá sua versão dos fatos

Publicado em 17/05/12  por “Jornal Cruzeiro do Sul”

 

A figura de Rafael Tobias de Aguiar permite a licença de uma entrevista imaginária a partir do conhecimento do professor Adilson Cezar sobre o personagem e a Revolução Liberal de 1842. Ao dar a sua versão dos acontecimentos que liderou, ele se despe da figura clássica do herói e revela o seu lado de homem comum ao admitir que titubeou nos momentos que antecederam o estouro da Revolução. A família era contrária. “Mas os amigos e as razões fizeram com que eu tomasse essa atitude”, teria dito Tobias, na entrevista imaginária na qual é Adilson Cezar quem faz o papel do líder da Revolução e dá as respostas.

CS – Por que o senhor fez a Revolução Liberal?

Tobias – Quando eu recebi dos amigos os primeiros interesses para fazermos uma rebelião, uma sedição, titubeei bastante. Mas inquiri a família. A família estava totalmente contrária. Não queriam que eu me metesse nisso. Mas os amigos e as razões fizeram com que eu tomasse essa atitude. (…).


CS – Aí houve a reunião em que foi deflagrada a Revolução na Câmara de Sorocaba. Feito isso, quais foram os seus próximos passos?


Tobias 
– Uma vez que concordei em assumir como presidente interino da província, já estava declarado que as situações eram completamente diferentes. Precisávamos nos organizar e montar um plano para que pudéssemos manter esse poder e fazer com que os outros assim vissem. Só que a nossa percepção da realidade naquela ocasião era de que o Estado brasileiro, através do imperador, não iria tomar outras iniciativas. Ele iria acatar as nossas decisões e evitar prolongamentos ou discussões outras. Foi um erro da nossa parte. Mas de imediato convocamos o povo e a tropa, porque nós precisávamos defender. E partimos para a agressão maior, ou seja, tomar a capital, sabendo que se chegássemos próximos à capital, parcela da população iria se voltar contra o domínio do Barão de Monte Alegre. E com isto nós o prenderíamos e ampliaríamos o processo revolucionário, nos estendendo desde a quinta comarca (hoje, Paraná), até as proximidades do Rio de Janeiro. Numa possibilidade de reunirmo-nos, ainda a revolucionários que vêm do sul, os farrapos. (…)

CS – Em meio a esse período e toda essa turbulência, o senhor se casou com a senhora Domitila de Castro (Marquesa de Santos), influente mulher do Império naquela época. O que fez o senhor se casar em meio a tanta turbulência histórica, militar e de guerra?

Tobias – Veja: vivia já maritalmente com a Marquesa há alguns anos, tendo com elas já alguns filhos. Nunca víramos antes a necessidade de legalizar como matrimônio. Mas, surpreendidos pelos desfechos da nossa rebelião, que vimo-nos diante do fracasso, precisava proteger a minha companheira. E a única proteção possível, já que não sabia o que poderia acontecer para mim fisicamente, seria simplesmente para a prisão ou poderia ser morto. Como ficaria a minha companheira e meus filhos? Desguarnecidos? Então eu precisava legalizar isto, inclusive tendo em vista o futuro das crianças e dela

Rafael Tobias de Aguiar (Briageiro Tobias) / Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul.

CS – Como era a Domitila e qual era esse poder de atração que o senhor tinha por ela?
Tobias 
– É fácil verificar. Domitila, além de ser uma mulher de beleza física, era uma mulher muito inteligente. Mãe devotada, não só com relação aos meus filhos como em relação aos filhos que ela teve anteriormente do seu relacionamento com o imperador (Dom Pedro I). Mulher experiente, mulher capaz de entender as tramas, os conluios existentes no mundo político. Então era uma mulher que atraía não apenas fisicamente, mas também pelos substratos da inteligência e de seu comportamento.


CS – Com o fim da Revolução Liberal e a entrada do Barão de Caxias em Sorocaba no dia 20 de junho, o senhor fugiu para o Rio Grande do Sul. Foi uma tentativa de sobreviver ou foi uma busca para evitar a prisão, que acabou acontecendo em dezembro?
Tobias
 – A fuga foi uma tentativa de evitar a prisão e ao mesmo tempo a possibilidade de reunir com grupos amigos. (…).


CS – O senhor acabou de avaliar os ganhos históricos. O senhor deve ter tido prejuízos. Como o senhor avalia os prejuízos?
Tobias
 – O único grande prejuízo que tive foi exatamente a minha prisão e o período em que estive como prisioneiro no Rio de Janeiro, de dezembro de 1842 até 1844, tendo sido transferido de uma para outra prisão. Mas mesmo dentro da prisão tive apoio da minha família, da minha esposa, graças à concordância do imperador Dom Pedro II. Posteriormente, anistiado, cheguei mesmo a receber condecorações por parte deste mesmo imperador.


CS – Quais condecorações?
Tobias
 – A Ordem de Cristo, como exemplo.


CS – Com a Revolução Liberal, Sorocaba definitivamente escreveu seu nome na história do Brasil?
Tobias
 – Sem dúvida. Porque a partida inicial da Revolução Liberal na Província de São Paulo, tendo partido de Sorocaba, esta cidade se transformou na capital da província daquele período. A capital revolucionária. (Carlos Araujo)

 

Casarão de Brigadeiro Tobias / Fonte: Desconhecida